PROGRAMAÇÃO DE VÍDEO-DANÇA

8 de março, domingo, às 17h

“Mãos”, de Lilyen Vass. Rio de Janeiro/Brasil, 2008, 4’15”. Ao propor um contraponto aos recursos tecnológicos, utilizados em excesso pelo (e no) corpo – e expostos, muitas vezes, de maneira impositiva dentro da política de consumo -, Mãos procura a força da simplicidade. No diálogo entre fotografia, corpo e música, a precisão em movimento se faz presente como recurso e instrumento estético, como um reconhecimento e uma opção.

“Subte”, de Paola de La Concha e Ximena Monroy, Puebla/México, 2008, 6’. Análise arquitetônica da ocupação horizontal do espaço, filmado no metrô de Buenos Aires.
“Travessias Rasgadas”, de Carolina Natal e Marcos Luperini. Rio de Janeiro/Brasil, 2007, 10’. Este vídeo-dança transita por um espaço físico que provoca reações frágeis à intérprete que permeia nessa densidade, rasgando-se por inteira sob as águas que gotejam incansavelmente.

“(bis)”, de Ximena Monroy. Puebla/México, 2007, 5’13”. Um ser frágil, em estado puro, que transita o espaço atemporal e despojado é afetado pela presença de um semelhante, na circulação do diálogo móvel entre ambos.
“Entre o vão e a plataforma”, de Camila Caputti. Rio de Janeiro/Brasil, 2005, 7’24”. Entre o vão e a plataforma o que existe? O que separa o mundo palpável do invisível? Onde reside o limite? O entre? Em meio ao caos de perguntas caladas no espaço, só nos resta o silencio das horas que passam mudas.

“Chamame”, de Silvina Sperling e Susana Sperling. Buenos Aires/Argentina. 2008, 9’. Chamame é um filme no qual uma delirante mulher transmuta e se deixa levar pela corrente do rio Paraná. Esta mulher camaleônica é capaz de confundir-se com as plantas ou os peixes; é por momentos heroína e por momentos vítima, a quem um pescador resgata de um afogamento no rio. Em seu percurso ela se põe em contato com as forças naturais, sendo a relação corpo-natureza um dos pontos temáticos da obra, no qual o domínio ou não das forças naturais jogam como disparadores do fantástico, do mitológico ou do absurdo.

“Insomne”, de Marília Scharlach e Marina Magalhães. Rio de Janeiro/ Brasil, 2009, 5’40”. Ela se deita para dormir e o sono não vem. Ela se inquieta. Seu corpo se mexe, se arrasta pela cama e, de repente, tudo é movimento. Imagens reais se misturam com a fantasia de seus sonhos.

“Aún” de Celina Portella. Rio de Janeiro/Brasil, 2009, 8’. Os espaços vazios, antigos, a forte memória impressa nas construções urbanas me convidam a criar formas de ocupação. Essa foi uma delas.


MOSTRA PARALELA

“Consciência do Movimento para os pacientes da Casa de Saúde Dr. Eiras” de Cássia Charrison, Rio de Janeiro/Brasil, 2005, 5’.

“Transtorna em processo” de Rodrigo Campos, com a Cia de Dança Palácio das Artes de Belo Horizonte/Brasil, 2006, 22’.

“Ser Tão” de Viviane Brito, Rio de Janeiro/Brasil, 2007, 17’.


8 de março, domingo, 20h

“Clipip” de Carmen Jorge. Curitiba/Brasil, 2009, 5’50”. A possibilidade de preencher e desocupar espaços faz com que a dança e a edição caminhem para a discussão a respeito de um corpo presente/ausente. Corpo presente enquanto carne que dança, que ocupa uma vestimenta se faz ausente perante a necessidade de identificação. Tapar espaços possibilita preenchê-los com movimento.

“Thorazine” de Felippe Xyu e Paulo Azevedo. Macaé/Brasil, 2008, 6’. Como debilidade o corpo se apresenta em Thorazine, processo recorrente de experimentos em dança. Em vez de potencializar o movimento industrializado, é no gesto que se passa experiência. Como hábito – o desejo – estando seu diferencial no diálogo menos débil no corpo do intérprete que no do videomaker.

“...Pelo que é difícil encontrar-lhes a saída” de Dora Pessoa, Joana Ferraz e João Papa. São Paulo/Brasil, 2008, 8’20”. O movimento criado não só com o corpo, mas também a partir do vídeo e da fotografia. A possibilidade de subverter o tempo, assim como fazem o pensamento e a memória. Os movimentos como as idéias que se atravessam dentro de nós: nem tão lineares, nem tão claras como quando as colocamos em palavras.

“Transpor o verso” de Fernanda Vogas e Vandré Vitorino. Rio de Janeiro/Brasil, 2009, 4’. O mundo originário criado de matéria não formada, de movimento desconstituído de sujeito onde o corpo e o espaço atravessam e revelam-se verso.

“Frontera Danza”, de Ladys Gonzáles. Buenos Aires/Argentina, 2008, 7’. Habitar a palavra fronteira como um espaço indefinido, um não lugar, partindo da relação entre linguagens artísticas explorando seus limites como instancias de permanência ou hibridez. O espaço eleito são as pontes em seu sentido físico e metafórico. O transito, o passar do tempo e a celebração da dança.

“Vertigem”, de Claudio Amparo e Paula Otero. Rio de Janeiro/Brasil, 2008, 3’. O vídeo é inspirado na sensação de vertigem. Quanto tempo dura uma queda – do ponto de vista de quem cai? Que estados se manifestam nos momentos que a antecedem? Através do vídeo experimentamos a queda como um lugar de dança.
“PH Propriedade Horizontal”, de David Farias, Carla Schillagi, Fernanda Vallejos. Rosário/Argentina, 2008, 10’. Edifícios de paredes brancas, altas, planas. Corpos que dão volume e forma a esta arquitetura sem curvas que transforma, com o tempo, nossa percepção, nosso espaço, nossa emoção. Uma experiência direta de interação corporal com o entorno.